Nasci em uma caverna. Minha mãe, Huda, teve parto fácil e com ajuda das outras mulheres, fui logo colocado para mamar.
Fui o primeiro bebê de Huda e ela se encantou pelo menino que só mamava e dormia. Ela me chamou de Calisto, que significava “o mais belo”.
Aos dez anos, eu Calisto, brincava de arrastar pequenos objetos, pedras, paus ou qualquer coisa que fizesse barulho. Achei um pedaço de árvore, mais ou menos quadrado, amarrei um cipó e comecei a arrastá-lo.
Éramos nômades e andávamos muito em busca de comida, água e cavernas seguras.
Quando chegamos a uma caverna onde moraríamos por algum tempo, peguei o meu brinquedo e ele não parecia em nada com o pedaço de árvore que eu escolhera. Estava bonito e a madeira brilhava. As pontas haviam desaparecido nas batidas e ficaram arredondadas.
Meu brinquedo chamou a atenção de todos.
Minha mãe era ceramista e gostou muito do formato e o modelou nas vasilhas que armazenavam água e comida.
O novo formato de pratos, potes e vasos redondos ficou lindo e passou a ser usado por outros ceramistas.
Esse brinquedo, de uma criança da antiguidade, ficou registrada na cerâmica que a mãe fazia. Foi um dos primeiros esboço de rodas.
FIM
— Obrigada, Sueli.