O casal Raimundo e Maria foram morar na região das seringueiras.
Raimundo construiu um casebre à beira de um riacho, no meio do mato e lá viveram. Tiveram seis filhos homens. Todos cresceram e aprenderam a viver da extração da seringa.
Quando Manoel nasceu, ganhou o nome do avô. Foi chamado pelo apelido de Mané.
Mané foi uma criança feliz. Na região não havia escola, ele nunca estudou. Gostava de trabalhar na terra.
Plantou de tudo, desde temperos até árvores frutíferas. Tinha seu pé de mangas, laranjeiras, abacate, jabuticaba, amoras, pé de limão, tomates, mamão, etc.
O contato com a natureza lhe trouxe uma percepção de como a vida fluía. Observando as árvores, seus galhos e folhas, percebia ao redor um filete de luz que se movimentava continuamente. Com o tempo, passou a ver também nas pessoas e animais. Ele nunca soube, mas via a aura das pessoas.
Observou que quando percebia no lugar dos filetes de luz, manchas escuras no corpo de alguém, essa pessoa estava doente. Sem entender como, ele sabia que tipo de ervas desmancharia a mancha. Preparava um chá ou poção com as ervas e oferecia à pessoa.
Passou a ser conhecido e procurado por saber quais ervas curavam.
Viveu sempre em contato com a natureza e não conheceu a doença.
Só tinha um defeito, era muito feinho. Nunca conseguiu uma namorada. Terminou seus dias só. Viveu até os sessenta anos.
Fim
Gratidão por sua história linda, meu amigo Manuel.
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