Chovia intensamente, um raio e o ribombar do trovão acordou Denise. Ela tremeu com o susto. Ouviu o filho chamar por ela. Levantou-se e foi atender a criança.

― Mamãe! Estou com medo. O barulho não foi lá fora, foi aqui, perto da minha cama. ― choramingou Feliciano.

Denise, uma mulher jovem, viúva. Cabelos castanhos e longos. Não era feia, mas tinha um rosto comum, fora dos padrões de beleza.

Feliciano tinha doze anos, filho único. Tinha os cabelos da mesma cor da mãe, parecia com seu pai, um belo homem. Era corajoso a maior parte do tempo, mas sempre arranjava uma desculpa para acabar dormindo no quarto da mãe.

― Feliciano, raios não caem no quarto. Temos para-raios e uma casa alta de cada lado da nossa. Ele cairá no ponto mais alto.

Enquanto Denise falava com o filho, a luz apagou.

― Ficamos sem energia elétrica. Acenderei uma vela. ― falou Feliciano.

― Não! Vamos dormir. Tenho uma lanterna no quarto. Boa noite, meu filho.

― Posso dormir no seu quarto, mamãe? Caso eu precise da lanterna para ir ao banheiro?
Denise sorriu.

― Pode. Traga seu travesseiro e suas cobertas.

Feliciano puxou o lençol e disse:
― Mamãe, está chovendo na minha cama. Meu lençol está molhado.
Denise passou a mão na cama e sentiu que uma goteira pingava nos pés da cama de Feliciano.

― Buscarei a lanterna. Deixe a roupa molhada. Leve o travesseiro.

― Mamãe, eu tenho certeza de que foi o raio que quebrou a telha e fez a goteira. Eu o ouvi cair no meu quarto.

Denise pegou a lanterna, foi buscar um balde, panos-de-chão e mudou a cama de lugar. Colocou o colchão em pé no corredor, secou o chão, forrou e deixou o balde para colher a água que caia.

― Amanhã verei o que fazer. Está escuro e estou com sono.

No dia seguinte, Denise acordou Feliciano e o mandou para a escola. A tempestade de verão passara e um lindo dia ensolarado já prenunciava um calor intenso.

O colchão molhado foi colocado na varanda para secar ao sol.

Um pedreiro foi chamado, mas ele avisou que não podia subir no teto com as telhas molhadas. Teria que esperar que secassem para serem trocadas. Ele voltaria no final da tarde para analisar a possibilidade de executar o serviço.

Denise foi ao açougue e soube que o raio caíra na casa vizinha e provocara um início de incêndio. O senhor Miguel, dono da casa, dormia no andar de cima e falecera eletrocutado pelo raio.
Essa notícia abalou Denise. Ela conhecia o senhor Miguel desde menina.

Voltou para casa e resolveu limpar o quarto de Feliciano. Deixaria a janela aberta para o ar quente secar o chão que molhara ao balde se encher.

Ao varrer o quanto encontrou um pedaço de uma cruz de prata. Olhou admirada para o objeto. Estava preto na parte derretida.

Como isso veio parar aqui? Se perguntava Denise.

À tarde, um novo temporal se formou e o teto não pode ser consertado.

No dia seguinte, foi ao enterro do senhor Miguel e ao se aproximar do caixão, olhou para a cruz que ele tinha nas mãos.

Lucila, filha do senhor Miguel, explicou que ele rezava com aquela cruz diariamente. Quando o raio caiu, ele estava com a cruz, mas um pedaço sumiu. Ninguém conseguiu encontrá-lo.

Denise disse onde estava o pedaço da cruz e foi buscá-lo. O enterro atrasou, pois as filhas esperaram o pedaço do precioso objeto que o pai nunca largava.

O rosto do senhor Miguel estava com um ar de carranca. Assim que as filhas colocaram o pedaço e fizeram o possível para refazerem a cruz, as feições do senhor Miguel mudou. Ele parecia em paz.
Denise ficou impressionada com o acontecido.

Desse dia em diante passou a se questionar. O que acontece quando se morre? O senhor Miguel sabia que a cruz estava quebrada? Para onde ele iria? Como seria esse lugar?

Ela era devota do Arcanjo Miguel e pensou: quando eu morrer, quero ir para onde está o Arcanjo Miguel e seus cavaleiros.

Levou séculos, mas foi onde está o Arcanjo Miguel e mais, é uma amazona dos Cavaleiros da Luz Azul.

Conheça mais sobre quem contou uma de suas vidas.

Denise

Amazona dos Cavalheiros da Luz Azul

Conhecendo o anjo que narrará a vida do seu despertar para a espiritualidade.

― Quem é você?
― Denise, uma amazona dos Cavaleiros da Luz Azul.

― O que você faz?
― Ajudo na auto-sustentação da energia de quinta dimensão da Terra.

― Com quem você trabalha?
― Com Arcanjo Miguel.

― Você tem asas?
― Não.

― Qual a simbologia que usa se apresentar a um vidente?
― De um anjo com asas. Volitando.

― Tem uma espada azul?
― Sim. É uma arma que lembra uma espada. Ela mantém a minha vibração constante. Uso tecnologia para me locomover.