Uma Linda Mulher Chamada Vera

Ouviu-se o choro do bebê.

Romero sorriu nervoso. Esperava o nascimento do seu quarto filho.

Uma das parteiras saiu com uma trouxa de roupas sujas e anunciou: é uma menina. A senhora Patrícia está sendo cuidada, pois perdeu muito sangue. Romero voltou para o altar que tinha em sua sala e se ajoelhou. Pediu em suas orações, uma vez mais, que Patrícia se recuperasse. Há alguns dias que ela vinha perdendo sangue e estava muito fraca.

O médico esperou que Romero terminasse suas orações e anunciou que tudo estava bem. A criança era saudável e a mãe se recuperaria em breve.

Romero sorriu aliviado e foi conhecer a filha e ver sua adorada esposa. O nome escolhido para menina foi Vera Lúcia.

― Ela é linda, Patrícia! Parece com você.

Patrícia se recuperou, mas não engravidou mais.

Aos treze anos, Vera Lúcia era tida como a adolescente mais bonita da cidade. Vários bons partidos começaram a sugerir a Romero sobre uma possível aproximação dos filhos.

Vera Lúcia era mimada, mal-humorada e não admitia ser contrariada. Seu temperamento autoritário afastou os pretendentes.

Aos quinze anos, percebeu que os melhores partidos e também os rapazes mais bonitos estavam compromissados ou já eram casados. Isso a fez pensar e perguntou à sua mãe: por que os rapazes me olham apaixonados e em pouco não me querem mais? Fui trocada por meninas feias, alguns até preferiram moças de família sem fortuna.

― Vera, seu temperamento explosivo, seu autoritarismo e sua falta de sensibilidade, espanta qualquer um. Já a avisei várias vezes, você ficará solteirona.

― Papai adivinha suas vontades. Faz tudo que você deseja. Por que meus pretendentes não são tão inteligentes?

― Seu pai não adivinha minhas vontades. Eu o deixo saber o que me faria feliz. Algo que eu gostaria de ter. Eu não exijo nada, não grito com ele, não fico de cara feia quando ele não entende o que quero. Ele não tem bola de cristal e nem seus pretendentes. Aprenda a ser sutil, você é bastante inteligente para descobrir como.

Vera começou a se observar e descobriu que os empregados tinham medo dela. Ela não tinha amigas, só conhecidas que se encontravam em ocasiões especiais. Pensou: devo ser horrível, as pessoas me evitam.

Foi à costureira experimentar o vestido para a festa de quinze anos de sua prima e percebeu ser tratada com respeito, mas friamente. As palavras dirigidas a ela eram objetivas e estritamente necessárias. O vestido estava lindo. Sabia que brilharia na festa. Pensou um pouco e disse à costureira.

― O vestido está perfeito. Tudo que costura é lindo, confortável e sempre de bom gosto. Obrigada pelo capricho com que fez esse modelo.

Viu a reação da costureira e não acreditou. A senhora Deise sorriu e agradeceu.

― Meu dia está salvo. Cortei um vestido com molde trocado e terei prejuízo, pois o tecido é muito caro.

Estava arrasada e suas gentis palavras me encheram de alegria. Obrigada, Vera Lúcia.

― Oh! Lamento. Posso ajudá-la de alguma forma, dona Deise?

― O erro foi meu, arcarei com o prejuízo. Grata por sua atenção, Vera Lúcia.

Vera foi andando de volta para casa, estava muito quente e queria tomar um picolé. A expressão de surpresa e alegria que vira no rosto da costureira não saia de sua cabeça.

No dia seguinte foi buscar o vestido e experimentou para sua mãe ver. Dona Deise parecia outra pessoa. Sorriu, foi gentil e ofereceu um pedaço de gelatina que havia feito de sobremesa. Vera adorava gelatina.
Patrícia comentou com a filha:

― Dona Deise estava feliz, até nos tratou como amigas e não clientes. Gosto dela.

A partir desse dia, Vera começou a prestar atenção em como tratava as pessoas e como uma palavra gentil, um gesto de solidariedade mudava toda uma situação.

Percebeu que quando ela mudava o comportamento, tudo mudava.

Houve uma mudança radical na vida de Vera. Passou a ser conhecida como a moça mais bonita, gentil e solidária da cidade.

Casou-se aos dezessete anos com um jovem bonito, gentil e muito rico.

No registro akáshico consta que Vera usou e praticou uma lei cósmica. A lei de causa e efeito.
“Todo pensamento, palavra ou ação humana é uma causa que desencadeia uma onda de energia por todo o universo, resultando em efeitos desejáveis ou indesejáveis. Como pessoas normais, somos totalmente responsáveis por tudo que acontece em nossas vidas. ”

Imagem de lookstudio no Freepik

Conheça mais sobre quem contou uma de suas vidas.

Vera Lúcia

Equipe do Meste Hilarion

No registro akáshico consta que Vera usou e praticou uma lei cósmica. A lei de causa e efeito.

“Todo pensamento, palavra ou ação humana é uma causa que desencadeia uma onda de energia por todo o universo, resultando em efeitos desejáveis ou indesejáveis. Como pessoas normais, somos totalmente responsáveis por tudo que acontece em nossas vidas. ”

Hoje teremos o relato de Vera Lúcia nos contando como foi seu despertar.

― Fale um pouco sobre você.

― Na vida em que entendi e pratiquei as leis cósmicas, eu me chamava Vera Lúcia. Adotei esse nome.

― Com quem trabalha?

― Trabalho em uma secção dirigida para a preservação das populações africanas dominadas física, intelectual e politicamente. Sob a chefia de mestre Hilarion, o mestre da Chama Verde da Cura.

― O que você faz?

― Atuo através da crença deles. No Brasil, o candomblé e a umbanda desenvolveram uma teologia própria. Cultuam Exus e Pombagiras, Caboclos, Preto-velho e Preta-velha.
Trabalho na ala, ou corrente, ou egrégora, como você queira chamar, das Pretas-Velhas, as Mães-Pretas, voltada para curas e dores físicas.

― Como você se apresenta a um vidente?

― Depende da crença e do estágio de espiritualidade do vidente, também do tipo de trabalho que ele quer acessar. Como Mãe-Preta ou como Vera Lúcia.

Obrigada Vera Lúcia.

Minha experiência:”Uma linda mulher chamada Vera”.