Desci ao planeta com a equipe que acompanharia uma existência de 55 anos de Daniel.

Um anjo que queria sentir a natureza, o vento no rosto, comer uma fruta, pisar no solo duro, entrar na água e se molhar, correr pelos prados, montar um cavalo. Ter uma família, amar e ser amado por eles, uma mãe, um pai e muitos irmãos.

Daniel nasceu em uma tribo de indígenas na África. De todos os requisitos que exigiu, faltou montar um cavalo.

Ele era livre, mas tinha disciplina. Ficava horas tentando lembrar o que esquecera. Dentro de seu coração e cabeça sabia que faltava algo.

Um dia, em suas meditações, ele perguntou a uma deidade na qual acreditava, o que ele veio fazer aqui e se esquecera.

― Eu respondi: ser feliz, amar e ser amado.

Ele me ouviu, mas achou muito pouco.

― Sou feliz, amo e sou amado pela minha família. Não tem nada de útil que eu possa fazer? Tornar a vida dessas pessoas mais confortáveis? Ter água de fácil acesso. Frutas perto das casas?

Durante o sono dele, eu o lembrei da água encanada, trazida por canos dos rios. A plantar as sementes e regá-las para ter frutas.

Daniel acordou e começou a estudar como trazer água do rio e armazená-la em um poço, e do poço, uma fonte de água para a aldeia.

Levou mais de dez anos fazendo experiências com bambus, pedras até que conseguiu fazer uma argamassa com gramas, pedras moídas e terra. Fez uma forma em forma de um cano grosso e cobriu com a argamassa e a cozinhou em um forno de lenha feito especialmente para isso. Ficou algo parecido com a cerâmica. E a grama a deixou mais consistente. Quando conseguiu o número de canos suficientes, começou a cavar um buraco fundo perto do rio, até o lugar onde seria o poço da aldeia.

Os indígenas da tribo nada entendiam, mas gostaram da ideia de ter uma fonte no meio da aldeia e ajudaram Daniel.

A medida em que os canos eram encaixados e colados com argamassa quente, Daniel percebeu que sua ideia funcionaria. Foram anos de muito trabalho. O poço ficou tão fundo que começou a minar água. O encanamento primitivo ficou sustentado por pedras rigorosamente colocadas para evitar que o peso da água e da terra que cobriria o encanamento se quebrasse.

Não saiu exatamente como ele planejara. Um poço ficou no centro da aldeia e o caminho que ele fez, desmoronou e com isso a água do rio se desviou e eles tiveram uma extensão do rio até perto da aldeia.

Foi um sucesso.

Daniel fez uma roda d’água. Colocou espécies de baldes fixados ao redor de uma roda grande de madeira. Esses baldes captavam a água. A força da água movia os baldes resultando na rotação transmitida ao eixo da roda.

A sua finalidade foi a irrigação para o plantio, moagem de grãos e fornecimento de água potável.

Daniel levou o tempo exato que tinha para ensinar a tribo como fazer três coisas: um poço artesiano, desviar um rio e uma roda d’água para melhorar a vida de quem mora em climas secos, mas com água subterrânea.

Esqueceu o item: montar um cavalo, mas montou numa zebra, em um elefante e levou prosperidade para seus anfitriões, que o receberam com todo amor e carinho, não só da família, mas de uma tribo inteira.

Daniel viu essa experiência como um agradável descanso, mas precisava continuar no fluxo de evolução.

Era hora de trabalhar.

Foi a única vez em que fui anjo da guarda. Uma experiência agradável, principalmente pela paz, harmonia e felicidade que Daniel emanou durante o tempo em que esteve com aquela tribo.

Fim

― Você teve vontade de fazer uma experiência física?

― Não. Gosto do que faço e do que tracei para minha evolução. Não planejo ter experiências que mudem meus planos.

― Obrigada, José. Adorei a sua missão de anjo da guarda.

Conheça mais sobre quem contou uma de suas vidas.

José

Cavaleiro da Chama Azul

Nosso convidado de hoje é José, um Cavaleiro da Chama Azul.

― Bem-vindo, José. Por favor, apresente-se para nós.

― Obrigado por me receber tão amorosamente. Sou da falange dos anjos azuis. Um Cavaleiro da Chama Azul. Trabalho com o Arcanjo Miguel.

― O que um Cavaleiro da Chama Azul faz além de sustentar a vibração adequada em cada espaço do planeta? Sei que isso é bastante difícil.

― Nossa legião é enorme e temos vários grupos executando e dando apoio aos ascensionados e voluntários na conservação e manutenção do equilíbrio do planeta.

― Existem atendimentos de resgates feitos pelos Cavaleiros da Chama Azul?

― Somente nos casos de magia negra, destruição de clones e aprisionamentos de entidades que não devem mais habitar o planeta. Quem decide essas tarefas é o Arcanjo Miguel.

― É comum um anjo ter experiências de vidas físicas no planeta?

― Não! Após alcançar o patamar de anjo, só em alguma missão muito especial de apoio, como um ponto de luz para exercer a função de farol. Exemplo: um ser humano que serve de para-choque a toda luz dirigida para uma região e a distribui conforme foi orientado.

― Qual é a responsabilidade dessa pessoa se não conseguir ser um farol?

― Ela nasce um farol e executará essa missão consciente ou inconsciente. Praticamente, ela não tem nada a fazer, a própria luz dirigida a ela se espalha na região.

― Ela tem noção de que é um anjo?

― Noventa por cento das vezes, não. Vive uma vida tranquila e normal.

― Quando a experiência se encerrar, ela entrará na roda de samsara?

― Não. Já tem uma vibração muito alta e irá automaticamente para setores de apoio iluminados.

― Você teve experiências no corpo físico?

― Não.

― Como posso representar um anjo que nunca teve experiência em um corpo físico?

― Represente-me como um anjo de roupas perpetuadas por meio de visões, fantasias e imaginações desde que a humanidade se espiritualizou. Fique à vontade. Eu não tenho forma definida, sou uma energia que se molda conforme a imaginação de quem me vê.

Contarei a experiência que tive ao ser anjo da guarda de um anjo que veio na missão especial de ser um farol.

― Obrigada pelas informações, aprendi e gostei do que aprendi.

― Minha experiência: “Anjo da guarda”.