Nasci na Iugoslávia, na Idade média, no tempo da caça às bruxas.

Meu nome era Yuri, eu nasci homem. Eu vivia em uma fazenda linda, onde a paz e a paisagem contagiava os moradores.

Nessa vida, eu costumava ficar muito tempo cuidando dos animais e ficava horas sentado no chão. Meus cachorros sempre me acompanhavam.

Sem entender como, eu comecei a perceber miragens que retratavam o que estava acontecendo em algum lugar, que no princípio eu não conseguia reconhecer. Vi um massacre de uma vila onde todos os habitantes foram mortos violentamente. Saquearam a cidade e depois incendiaram o lugar.

Aquilo me causou uma dor profunda, eu ouvi o choro, senti o desespero, a dor de todos que foram massacrados.

Cai de joelhos, coloquei a testa no chão e implorei ajuda para aquelas pessoas.

No dia seguinte, meu pai decidiu comprar algumas vacas e fui com ele. Fomos de charrete, era mais veloz do que um carro de boi.

Entramos na vila, compramos as vacas-leiteiras que meu pai queria e fomos embora. Quando estávamos distantes, eu olhei para trás e vi a neblina. Era a cidade que eu vi ser massacrada.

Contei para meu pai e ele resolveu voltar e foi até os amigos dele e contou do sonho que eu tivera.

Alguns se assustaram e resolveram que não estariam ali no dia seguinte, outros se benzeram, mas não acreditaram que uma barbárie dessa aconteceria com eles.

Fomos embora. Passados três dias, a notícia de que um grupo de terroristas vindo da Turquia havia saqueado várias cidades e matado a maioria dos habitantes, homens, mulheres e crianças.

Muitos começaram a me pedir para ter visões sobre a vida deles. Eu fugi deles, pois eu não controlava minhas visões, elas eram espontâneas.

As minhas visões salvaram duas outras cidades, mas os habitantes não fugiram, armaram uma cilada para os ladrões e mataram a maioria deles.

Passei a ser considerado um homem santo.

Fui degolado por um grupo estrangeiro, que me via como um ser pecaminoso que invocava as forças do mal para eliminá-los.

Ter visões para mim foi a prova de que havia um lado espiritual e de que era possível ver o futuro.
Essa vida foi o meu despertar.

Fim

Obrigada, Penélope. Você é muito linda.

Conheça mais sobre quem contou uma de suas vidas.

Penélope

Integrante da corrente médica do Oriente

― Quem é o convidado, ou convidada de hoje?
― Meu nome é Penélope.

― Com quem você trabalha, Penélope?
― Com a corrente médica do Dr. Cinematon.

― Fale um pouco sobre o seu trabalho.
― Ajudo no recolhimento de espíritos que fazem a passagem em grupos por acidentes coletivos, grupos de guerras, hecatombes, etc. Mesmo os grupos partindo juntos, o recolhimento é individual. Cada um tem uma frequência de medo e dor. Alguns entram em estado de ostracismo. Criam uma crosta de defesa em volta de si e ficam cegos e surdos a qualquer um que se aproxime. Não ouvem e não querem ouvir. São espíritos que ignoram as leis do universo e não entendem que só deixaram o corpo físico, mas a alma continua intacta e tem de continuar evoluindo através do conhecimento dos fenômenos físicos e espirituais que estão experienciando.

― Quanto tempo leva para atingir a consciência de um desses espíritos?
― Muito tempo, principalmente os prisioneiros de guerra, se foram torturados. Pode levar centenas de anos.

― Existe um lugar para eles ficarem?
― Sim. As colônias de atendimento.

― Eles não teriam que ir para frequências mais baixas?
― Essas colônias estão em lugares de frequências baixas, mas protegidas com eletromagnetismo. Essas almas não acreditam em mais nada, mas lá no seu âmago, a Centelha Divina diferenciada ainda não desistiu deles e atrai ajuda voluntária para socorrê-los.

― Como podemos ajudar essas almas?
― Não se pode ajudar quem não quer ajuda. Mantenha sua vibração alta e fique no amor incondicional o maior tempo possível e assim o planeta consegue emanar esses sentimentos para essas regiões.

― Como você se apresenta quando faz um resgate?
― Com o meu uniforme, veste longa, mangas longas, branca com luz esverdeada e uma manta na mão. Eles sempre querem uma coberta para se enrolarem e cobrirem seus rostos e cabeça.

― Como posso representá-la?
― Tenho cabelos loiros, olhos azuis, pele clara com sardas. Uso tranças, e sempre tenho um sorriso. Essa aparência, eu mantenho da última encarnação que tive. Cultivava uvas e fazia vinho. Tinha ovelhas e tosquiava a lã e as preparava, tingia e enrolava para fazer mantas.

― Obrigada Penélope. Você é muito linda.

Minha experiência: “Miragens”.