Nasci em Amarna, cidade bonita e próspera, a capital do Egito.


Minha mãe chamava-se Samira e me deu seu nome na versão masculina, Samir.


No templo que ela frequentava ouviu uma conversa e soube precisarem de alguns jovens para servir ao faraó. Minha mãe me levou imediatamente até o recrutamento no palácio do faraó e lá me deixou. Ao se despedir, ela disse: aprenda tudo o que ele quiser ensinar. Não conseguirá outro mestre igual. É a maior chance que um jovem pode almejar.


Eu não estava feliz, servir ao faraó era abdicar de tudo: minha família, meus amigos, minhas brincadeiras. Seria como um escravo disponível o dia inteiro a disposição do rei.


Os primeiros meses foram desesperadores. Fui preparado numa disciplina rígida e desumana, até ser selecionado para fazer parte da corte que acompanharia o rei.


Nós ficávamos sentados, longe do rei, mas perto o bastante para ouvi-lo e prestar atenção no que estava fazendo.


Quando saíamos do palácio, acompanhávamos o faraó, andando ao seu lado, mantendo uma distância determinada. Era para impedir que os transeuntes se infiltrassem e tocassem no faraó. Ele visitava as casas quando sabia haver alguém doente e o curava.


A cada dia eu o admirava mais. Passei a decorar suas palavras, imitar a paz de seu semblante, sorrir para todos que se aproximavam e agradecer sempre, qualquer gentileza ou cumprimento.


O faraó começou a explicar o que fazia e como conseguia curar, de onde vinha a energia. Minha mãe tinha razão, não encontraria nenhum outro mestre com os conhecimentos do faraó, o escolhido de Deus.
Ao ficar ao seu lado a minha consciência foi expandindo. Eu conseguia curar e materializar tudo que eu pensava.


O faraó me ensinou a mudar de dimensão e a buscar conhecimentos inacessíveis aqui. Após sua morte, fui perseguido por minha lealdade ao faraó. Apenas mudei de dimensão e fugi do Egito. Tornei-me um andarilho. Continuei meu aprendizado sozinho, ascensionei, a minha missão terrena havia terminado.
Esse foi o meu despertar.


Fim


Obrigada Samir.

Conheça mais sobre quem contou uma de suas vidas.

Samir

Estagiário para ser comandante de uma nave mãe.

― Samir.
― O que você faz Samir?
― Sou um tripulante da nave Concórdia. Sou estagiário para ser comandante de uma nave mãe. Para isso preciso estagiar em todos os postos, inclusive ser mecânico e consertar a nave. O 1º estágio é em uma nave pequena como a de patrulhamento, depois de uma nave de reconhecimento. Segue um padrão até que tenha conhecimento e possa controlar e identificar qualquer problema imediatamente.

― Quanto tempo leva isso?
― Depende de quem está estagiando, das oportunidades de participar de uma ação verdadeira e não de um simulado. Eu diria de cinco a dez anos, dependendo do tamanho da nave mãe.

― O que é exigido para ser candidato a um posto desse?
― Amor incondicional, conhecimento, prática e assimilação de todas as leis universais e um histórico de trabalhos para se unir ao Um.

― Você ainda tem vidas em planetas?
― Não. Temporariamente estou trabalhando para me unir ao Um e minha energia não é mais compatível com um corpo físico em nenhuma dimensão. Nada me impede de vir em uma missão específica se for conveniente. É o processo usado quando um avatar vem em uma missão.

― Por que quer me contar o seu despertar?
― Faço parte da tripulação da nave Concórdia e me ofereci quando o comandante pediu voluntários para propagarem o que é um despertar.
― Como posso representá-lo?
― Escolhi o visual de uma encarnação significativa para mim, quando eu ascensionei a primeira vez. Eu era egípcio e servi um faraó. Esse rei tinha poderes de um deus. Fiquei encantado de ver como ele curava pessoas, animais, plantas e terras que não eram férteis. Ele fazia brotar água em meio ao deserto.

O nome dele era Akhenatom. Comecei a prestar atenção em cada ensinamento, cada ação, cada palavra. Ele percebeu o meu interesse, a minha dedicação e começou a me instruir. Ia descrevendo todos os rituais e o que significava e de onde vinha a energia divina. Não me tornei faraó, nem deus, mas minha consciência expandiu e mudei de dimensão e desde então continuo meu caminho para deixar de ser uma centelha divina me unindo ao Todo.
Sou moreno, pele escura, não negra. Tenho olhos castanhos, cabelos lisos e longos. Barba comprida. Sou alto e magro. Uso túnica como os egípcios antigos usavam. Represente-me como quiser, tenho certeza de que criará alguém bastante agradável.

― Que luz eu coloco?
― A que quiser. Poder ser branca, ou azul, ou dourada.
― Samir é nome egípcio?
― Sim, um nome comum.
― Obrigada pelas informações.Minha experiência: O discípulo do faraó.