O Recém-Nascido Abandonado na Floresta

No interior da Europa, os bárbaros invadiram uma cidade e os habitantes se renderam, mas as mulheres eram dos conquistadores. Minha mãe engravidou de um bárbaro. Quando nasci, minha avó me levou para a floresta e lá me abandonou para eu morrer.

Um lenhador ouviu o meu choro e me encontrou. Fui levado por ele que me deu o nome de Aquiles.
Fui criado por Natan e Matilde com amor e carinho. Eu era filho único.

Quando adolescente, eu me incomodava em ver meu pai e minha mãe tão loiros de olhos verdes e eu ter cabelos pretos e olhos castanhos.

Aprendi a ser lenhador com Natan. Eu era alto, forte e ágil. Um perito em atirar o machado, o punhal e a lança.

Raramente eu ia à cidade vizinha. Natan evitava me levar, mas ele se feriu e eu fui à cidade comprar mantimentos com Matilde.

As mulheres me olhavam insistentemente e me senti desconfortável.

― Mãe, por que elas me olham assim?

― Porque você é bonito e elas estão na idade de casar. Gostou de alguma?

― Não! Elas são feias. Não quero me casar.

Matilde riu.

― Mais alguns meses e você mudará de ideia. Vamos, não quero deixar seu pai muito tempo só. Ele está febril.

Uma senhora idosa se aproximou e perguntou:
― Matilde, seu filho é adotado? Não parece com você e nem com Natan.

― Ele é a cara de meu pai. Está interessada nele? Desista, ele não gosta de mulher velha e feia. ― respondeu irritada Matilde.

A senhora olhou furiosa para Matilde.

― Ele mais parece um bárbaro.

A senhora virou as costas e saiu batendo os pés.

No caminho para casa, Matilde continuava mal-humorada.

― Por que esse mau-humor, mamãe? Eu sou filho de um bárbaro?

― Você é meu filho, nunca se esqueça disso.

A febre de Natan persistiu por vários dias e ele não resistiu.

Matilde ficou tão triste que mal se alimentava. Ficava sentada em sua cadeira de balanço e com o olhar perdido, esquecia até de fazer comida.

A casa ficou desorganizada. Eu não era bom nisso.

Matilde ficou doente e fui levá-la a uma curandeira de nome Jéssica, na cidade.

A mulher olhava para mim como se estivesse vendo um fantasma. Fez rezas, chás, poções, mas nada adiantou, Matilde definhou até a morte.

Antes de morrer, ela me contou como eu fora encontrado e disse:
― Eu pedi aos deuses um filho bonito, forte e saudável e você apareceu dois dias depois abandonado na floresta. Você foi um presente dos deuses. Você é meu filho, nunca se esqueça disso.

Chorei a partida de Matilde. Ela era a minha mãe querida e eu a amava.

Após o enterro de Matilde, Jéssica me chamou para conversar.

― Conheci seu pai. Ronnan era um dos chefes bárbaros que por vários anos dominaram nossa cidade. Você é uma réplica dele. Ele engravidou Lélia, minha filha, e eu o matei. Eu nunca soube que ela era apaixonada pelo bárbaro. Lélia me odiou e morreu de tristeza por eu roubar o filho recém-nascido dela e o abandonar na floresta. Voltei para buscá-lo, mas não o encontrei. Procurei pela redondeza se alguém havia encontrado a criança, mas em vão. Lélia nunca me perdoou por eu matar os dois amores dela.

― Por que está me contando isso? O que posso fazer pela senhora?

― Estou lhe pedindo perdão.

Olhei para aquela mulher e não tive compaixão.

― Não me peça perdão. Eu sou filho de Natan e Matilde. Não sou a pessoa que procura. ― virei as costas e fui embora.

Ouvi o choro da velha mulher, mas não voltei, segui meu caminho.

Cheguei em casa, sentei-me na cadeira de balanço da Matilde e cochilei.

No meu sonho, Matilde chegou, sorriu para mim e disse:

― Quando Jéssica veio procurar por uma criança que ela havia deixado na floresta, você dormia, pois eu o alimentara. Menti, dizendo que não sabia de criança alguma. Você era o meu presente dos deuses. Chorei quando a filha dela morreu de tristeza, mas não consegui renunciar a você. Não precisa perdoá-la, se não quiser, mas ela falou a verdade e sofreu muito pelo ódio que sentiu do bárbaro. Foi um preço muito alto.

Acordei e tive a impressão de que Matilde estava ao meu lado.

No dia seguinte fui procurar Jéssica. Contei o meu sonho e ela chorou.

― Está perdoada por me abandonar na floresta. Fui uma criança feliz, amada e respeitada. Continuo sendo o filho de Natan e Matilde e a senhora a curandeira da cidade. Nada nos liga. Siga a sua vida, eu seguirei a minha. ― sai e ouvi:

“Obrigada, já posso morrer em paz, eu prometi a Lélia que o encontraria e falaria de como ela o amou”.

Nunca mais sonhei com Matilde. Jéssica nunca mais me procurou, morreu dois anos após a nossa conversa.

Casei com uma linda jovem da cidade e tivemos três filhos.

Sempre que eu lembrava do sonho com Matilde, eu questionava onde ela estaria e como soube que Jéssica havia me contado sobre a minha mãe.

Esse foi o meu despertar.

Fim

Obrigada André.

Conheça mais sobre quem contou uma de suas vidas.

André

Um anjo prestando serviço

Quem é o convidado de hoje?
― Meu nome é André. Sou da Federação Galáctica e presto serviço na nave Arcádia.

― Pode explicar exatamente o que faz?
― Faço a minha preparação para ser um Cavaleiro da Chama Azul.

― Você é um anjo?
― Sim.

― Como uma pessoa se torna um anjo?
― Anjo é uma posição, eu diria uma especialidade. É um posto bastante alto. Tem que ter controle total da mente, conhecer, usar e empregar perfeitamente todas as leis universais. Uma pessoa consciente de seus poderes e suas ações. O amor incondicional é usado 100% e se dedica cada dia mais a se especializar nas leis de todos os planetas, estrelas e galáxias. Cada dimensão tem as suas próprias leis. Adquire uma luz tão forte como um lazer, quando ele dirige essa luz para uma antimatéria, ela derrete. Antimatéria é uma espécie de couraça sólida, formada pela falta da Luz Divina.

― Existe diferença entre ser um anjo e um Cavaleiro da Luz Azul?
― Os cavaleiros da Luz Azul são anjos que trabalham com o Arcanjo Miguel e estão mais próximos do reino físico. Manter e sustentar a vibração alta nessa zona exige muito treino, disciplina e amor incondicional. A nave Arcádia está trabalhando nessa zona e ajudo a manter a vibração e, ao mesmo tempo, serve como treino para eu assumir o meu novo posto.

― Você tem asas?
― Não.

― Como posso representá-lo?
― Sou alto, magro, cabelos castanhos compridos, olhos castanhos. Uso roupas de um material que se ajusta no corpo e mantém a temperatura constante, protegendo a pele em circunstâncias extremas de mudanças ambientais. Por cima uma espécie de túnica ou armadura leve.

― Você usa espada?
― Ainda não. É uma arma tecnológica de grande poder usada para a defesa. Ganharei uma quando me integrar com a legião dos Cavaleiros.

― Já fez algum atendimento que teve que se apresentar como anjo?
― Sim e uma criança me perguntou onde estava o meu cavalo, as minhas asas e a minha espada. Improvisei as asas e voei com ela para a nave. Deu tudo certo.

― Obrigada pelas informações, André.

Minha experiência: “O recém-nascido abandonado na floresta”.